quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Teatro de Mendigo

A fome,
             Cruza os olhos

marejados dos bares
do Recife.

A fome,
            come!

o resto na farinha,
da batata frita.

A fome revira o lixo
e a fotografia esquecida
Katalata, pro leite das criança

A fome,
             dança!
um balé invisível
entre os risos vazios

Os olhos da cidade
fecham os olhos de fome
ela não dorme, insone
A fome,
            sonha!

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