terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Memória

onde era teu ninho
agora é minha prisão
prisão sem chave
nem sentença
sem parede
nem portão
onde a pele é a imensidão

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Eu e o violão


Só eu posso te escutar
Somente você pode ouvir meu canto
Meu canto é lugar nenhum
Sem dó
Sem sol
No escuro do quarto
Eu, você e esse calibri 11
Metralhando minha cabeça a cada letra
Melodiosamente me protege do mundo lá fora
Mas os tambores do mundo de aqui dentro
Não silenciaram 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Aos meus amigos poetas

A morte de um poeta é uma transfiguração:
Do caminhante que virou caminho
Do álcool que agora é embriaguez
Da tristeza para o choro
Do papel, do lápis, do pensar que mostrou-se poesia
Transformou – se, poeta – jamais morrerás! 
Tu agora és os teus próprios poemas que jamais escreverás
Soltos no ar para que outros poetas te escrevam
Ai onde agora estais serás pura energia
Retornando para teu lar, tua casa, a eternidade.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

TABOCAS II

Ouço gritos de dor sobre a cidade empoeirada!
Dos mendigos em baixo da marquise, das crianças abandonadas.
Lá de cima das mansões e das usinas Ouço gargalhadas!
To cansado dessa batalha desenfreada,
Onde só um lado ganha!
Quem perde sou eu, é você, é o Zé da Esquina
Estamos todos no mesmo chão! Onde o coronel não pisa.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Parada n°1

Adormeceu no colchão da inconciência
Amanheceu sem lembrar do nome
Esqueceu dos acontecimentos da ultima hora e do resto da vida inteira
Não deixou nenhuma ferida,
Para o cachorro lamber