quarta-feira, 1 de abril de 2015

Diária

Sumir como o pó da estrada
como a folha no vento
sorrindo apressada passando na janela do ônibus
os pássaros retornam para os ninhos
as palavras não.
des-existir por um instante
para os olhares treinados do cotidiano
para as ações manipuladas e mecanizadas
romper barreiras minar estruturas
livre para nunca existir
tão contraditório como as palavras perdidas
aqui nesse papel, solto no chão, na chuva, na rua da vila união
não se conta os passos cansados do poeta
o peso das palavras é pouco
perto do peso de guardá-las

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