segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Converso

O Eu
Sumiu
Deu adeus
Bem sutil

a Deus
Aos céus da vida
Jogou-se o eu
eterna perdida

o eu não.
muito acima do chão
é fogo no canavial
ponto astral

meia lua é uma rede
e tome estrela a balançar
é mar sem parede
cavalo solto no ar





quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Quinta

plantei de peso a leveza do ar
de cinzas soprei nuvens no céu
de fogo queimei as águas do mar
rios, veias e barcos de papel

Claras paredes do véu
tudo que ainda pode chegar
É gema de alumiar
doçuras suaves de mel

plantei de leveza o peso do ar
de nuvens soprei as cinzas no céu
de águas queimei o fogo do mar
paredes claras do véu
suaves doçuras de alumiar
é gema de mel



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Andar

Não sou o poeta.
escrevo porque ando
abro a janela
caminho e amo

sinto, observo
a literatura das pegadas
as marcas do meu peso
as ondas irão leva-las

nos calos, calo
corro em trovoadas
passos, faço.
letras e palavras

A rua é minha casa
rosto na calçada
pés no ar
peito a declamar

o vazio me salta
deixo o escuro no olhar
não há freio na estrada
só poesia a caminhar



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Quase

Somos chuva do engenho
No meio da terra molhada,
O dia que acende a janela
Azul é reflexo
ela
mora nas nuvens
mergulho nas estrelas
nossas águas
Fruto do sexo
Descendo os Andes
Cachoeiras, 
passarelas,
Perderam-se no mar do Rio
Olhos de petróleo
Neblinas a Lua
Quase lágrimas
Quase nua

E já foi embora.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Setembro

Seis cordas
Uma para cada santo
Sua voz rebateu a porta
Isso tudo não era pra tanto

calo a resposta.

Sou teu
refém da proposta
escuro, céu
colares, colore em teu peito
vago.

Minha soma de retalhos
saudade não sentida
alegria a mais, vencida

junto os pedaços